domingo, 29 de novembro de 2009

Forgiven and loved



Great song, great lyrics! This is the story of many of us, but "there is no condemnation in You"!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

We Never Lose His Smile

Fill in the blank: When God thinks of me, He -
a) groans
b) fumes
c) frets
d) smiles

So often I have seen God as standing over me with a look of irritation. Or if I have seen Him as loving me, it has sometimes been more of a disappointed kind of love: "Sure I love you, but why can't you just get your act together?" And yet...

And yet...Isn't it true that God is the perfect parent with the perfect love for His kids? The best parents love their kids and think they are great! They don't focus on their kids' faults but on their kids' identity: their beloved children! Surely God is a better parent than any of us..

God smiles at us, His kids! We NEVER lose His smile! God is always smiling at us, and His voice is always full of love.

"The Lord your God is in your midst, the Lord of hosts mighty to save. He will renew you in His love, He will rejoice over you with shouts of joy!" (Zeph. 3:17)

God is happy with His kids! He's proud of them and loves to see them happy! His face lights up when we smile at His love for us! Like most good parents, He thinks His kids are perfect and beautiful, and He loves us unconditionally!

So we may be failures. We may be messed up and have tons of struggles. We may have trouble believing such a love could be true for us. But it doesn't change this fact: we are still His pride and joy!

by Sparrow Girl

sábado, 14 de novembro de 2009

I am deeply loved, completely forgiven, fully pleasing, totally accepted and absolutely complete in Christ 24-7-365. There is nothing you and I can do to make God love us more than He does at this moment! Nor is there anything we can do to make God love us less or stop loving us!
We are wonderfully stuck with Him!!! :)

Bobby Allen in Grace Roots

quinta-feira, 9 de julho de 2009

(Eu gostava de ter colocado o vídeo aqui, mas era para além das minhas capacidades... :)

http://www.youtube.com/watch?v=cyheJ480LYA



(Já está! ;o) Reeditado por David)

domingo, 24 de maio de 2009

Você é aceite

"A graça nos atinge quando estamos em grande dor e desassossego. Ela nos atinge quando andamos pelo vale sombrio da falta de significado e de uma vida vazia... Ela nos atinge quando, ano após ano, a perfeição há muito esperada não aparece, quando as velhas compulsões reinam dentro de nós da mesma forma que têm feito há décadas, quando o desespero destrói toda a alegria e coragem. Algumas vezes naquele momento uma onde de luz penetra nossas trevas, e é como se uma voz dissesse: 'Você é aceite. Você é aceite, aceite pelo que é maior do que você, o nome do qual você não conhece. Não pergunte pelo nome agora; talvez você descubra mais tarde. Não tente fazer coisa alguma agora; talvez mais tarde você faça bastante. Não busque nada, não realiza nada, não planeje nada. Simplesmente aceite o facto de que você é aceite'. Se isso acontecer conosco, experimentos a graça". (...) Nunca confunda sua percepção de você mesmo com o mistério de que você é realmente aceite.

Paulo Tillich, citado por Brennan Manning em O Evangelho Maltrapilho

quarta-feira, 22 de abril de 2009

There is nothing else

"John spoke always and only of one thing: the love of God. According to an old tradition, one of his disciples complained to him about this: "why don't you talk about anything else?" He answered " Because there is nothing else." "

sábado, 18 de abril de 2009

"If God had a refrigerator, your picture would be on it. If he had a wallet, your photo would be in it. He sends you flowers every spring and a sunrise every morning, Whenever you want to talk, He'll listen. He can live anywhere i the universe, and he chose your heart. And the Christmas gift he sent you in Bethlehem? Face it, friend, He's crazy about you." Max Lucado




Tradução
"Se Deus tivesse um frígorifico, a tua foto estava lá colada. Se Ele tivesse uma carteira, a tua foto estaria lá dentro. Ele manda-te flores todas as primaveras e um nascer do Sol a cada manhã. Sempre que queres falar, Ele ouve-te. Ele pode viver em qualquer lugar do universo e foi o teu coração que Ele escolheu. E o presente de Natal que te deu em Belém? Admite, amigo, Ele é louco por ti." Max Lucado

domingo, 22 de fevereiro de 2009

"Não te abandonarei"

Madeline, apenas cinco anos, subia no colo de seu pai.
- Você já terminou de comer? - Pergunta ele.
Ela sorri e bate com a mãozinha na barriga.
- Não cabe mais nada.
- Você comeu a torta da sua avó?
- Um pedaço inteirinho!
Joe olhou para a sua mãe, que estava do outro lado da mesa: - Parece que você conseguiu alimentar todos nós. Não pense que conseguiremos fazer outra coisa esta noite além de ir para a cama.
Madeline colocou suas mãozinhas em cada lado de seu grande rosto. - Ah, papai, é noite de Natal. Você disse que poderíamos dançar.
Joe fingiu um lapso de memória. - Eu disse? Não me lembro de ter dito qualquer coisa sobre dançar.
Vovó sorriu, balançou a cabeça e começou a limpar a mesa.
- Mas, papai - contestou Madeline - sempre dançamos na noite de Natal. Só nós dois, lembra?
Então ele deu um grande sorriso que mexeu até seu grande bigode.
- É claro que me lembro, como poderia esquecer?
Assim, ele colocou-se de pé, tomou-a pela mão e, por um momento, só um momento, sua esposa estava viva novamente, e os dois entravam em seu refúgio para passar a noite de Natal como tantas outras, dançando noite adentro.
Eles teriam dançado pelo resto de suas vida; então aconteceu a gravidez inesperada e as complicações. Madeline sobreviveu. Mas sua mãe não. E Joe, o açougueiro de Minnesota, foi obrigado a criar a sua Madeline sozinho.
- Vamos, papai - ela balançava a mão de seu pai. - Vamos dançar antes que as pessoas comecem a chegar - ela estava certa. Logo a campainha soaria, os parentes ocupariam os espaços livres e a noite estaria terminada.
Mas, por agora, havia somente papai e Madeline.


A rebeldia chegou ao mundo de Joe de forma bizarra. Quando chegou à idade permitida para dirigir, Madeline pensou ser adulta suficiente para dirigir também sua vida. E esta vida não incluía a de seu pai.
"Eu deveria ter percebido antes", diria Joe mais tarde. Ele não soube o que fazer. Ele não soube como lidar com o piercing no nariz e as camisetas apertadas. Não compreendia as noitadas e as notas baixas. E, acima de tudo, ele não sabia quando falar e quando se calar.
Ela, por sua vez, já tinha tudo planejado. Sabia quando falar com o seu pai - nunca. Quando ficar calada - sempre. No entanto, este comportamento era totalmente diferente com o rapaz desengoçado e tatuado da rua de baixo, e Joe sabia disso.
De jeito nenhum ele iria permitir que a sua filha passasse a noite de Natal com aquele sujeito.
- Você vai ficar conosco esta noite, mocinha. Vamos jantar na casa de sua avó e comer a tarte dela. Vamos ficar em família na noite de Natal.
Embora sentados à mesa, eles pareciam estar em lados opostos da cidade. Madeline brincava com a comida sem dizer uma palavra sequer. Vovó tentava conversar com Joe, mas ele não estava com vontade de falar. Parte dele estava furiosa; outra parte de coração partido, e o resto dele teria dado tudo para saber como falar com a garotinha que costumava sentar em seu colo.
Logo chegaram os parentes, trazendo consigo um bom final para aquele silêncio horrível. À medida que o aposento se enchia de pessoas e barulho, Joe ficava de um lado e Madeline, carrancuda, sentada do outro lado.
- Coloque uma música, Joe - lembrava um de seus irmãos. E assim ele fez. Pensando que ela se sentiria honrada, ele foi ao encontro de sua filha:
- Você dançaria com seu papai esta noite?
Da forma como ela se zangou e virou, qualquer um pensaria que ele a havia insultado.
Em frente de todos os familiares, ela abriu a porta de casa e saiu a pé. Deixando seu pai sozinho.
Muito solitário.


Madeline voltou naquela noite, mas não por muito tempo. Joe nunca a culpou por ter saído. Além do mais, como ela se sentia sendo filha de um açougueiro? Em seus últimos dias juntos, ele tentou com todas as suas forças. Fez seu jantar favorito - ela não quis comer. Convidou-a para ir ao cinema - ela permaneceu em seu quarto. Comprou-lhe um vestido novo - ela nem mesmo agradeceu. Então, naquela manhã de primavera, ele saiu cedo para trabalhar, a fim de poder estar de volta antes que ela chegasse da escola.
Esse foi o dia em que ela não voltou mais para casa.
Uma amiga disse ter visto Madeline e o seu namorado numa estação de ônibus. As autoridades confirmaram a compra de uma passagem para Chicago, de onde ninguém mais a encontrou.

O garoto desajeitado e tatuado tinha um primo. Ele trabalhava numa loja de conveniência no sul de Houston. Por alguns trocados por mês, ele permitia que os fugitivos ficassem no seu apartamento durante a noite, mas eram obrigados a sair durante o dia. O que era óptimo para eles, pois tinham grandes planos. Ele seria mecânico, e Madeline só sabia que poderia conseguir um emprego em uma loja de departamentos. É claro que ele nada sabia sobre carros, e ela menos ainda sobre arrumar emprego - mas não é assim que uma pessoa pensa quando está intoxicada pela liberdade.
Após algumas semanas, o primo mudou de ideia. E, no dia em que tomou a sua decisão, o namorado anunciou a dele. Madeline encontrou-se enfrentando a noite sem lugar para dormir ou mão para segurar.
Esta foi a primeira de muitas noites.
Uma mulher no parque contou-lhe sobre um abrigo para mendigos próximo à ponte. Por alguns trocados ela conseguiria um prato de sopa e uma cama. Alguns trocados era tudo o que ela tinha. Ela usou sua mochila como travesseiro e a jaqueta como cobertor. Havia tanta arruaça que era impossível dormir naquele lugar. Madeline virou seu rosto para a parede e, pela primeira vez em vários dias, lembrou-se do rosto de seu pai ao dar-lhe um beijo de boa noite. Mas, quando seus olhos começaram a ficar marejados, ela recusou-se a chorar, empurrando as lembranças para o fundo do seu ser e determinando-se a não mais pensar em sua casa.
Ela tinha ido muito longe para voltar.
Na manhã seguinta a garota da cama ao lado mostrou-lhe a mão cheia de gorjetas que recebera por dançar em cima das mesas.
- Esta foi a última noite que dormi aqui - disse ela. - Agora posso morar em outro lugar. Eles me disseram que estão procurando outra moça. Você deveria vir - ela procurou em sua bolsa e tirou uma caixa de fósforos. - Este é o endereço.
O estômago de Madeline embrulhou só de pensar. Tudo o que ela fez foi murmurar:
- Vou pensar no assunto.
Ela passou o resto da semana nas ruas à procura de trabalho. Ao final da semana, quando chegou o momento de pagar a sua conta no abrigo, ela colocou a mão em seu bolso e tirou a caixa de fósforos. Era tudo o que lhe sobrara.
- Não vou ficar esta noite. - disse ela ao sair pela porta.
A fome tem seus caminhos para amenizar as convicções.

Se Madeline sabia alguma coisa era dançar. Seu pai a havia ensinado. Agora homens da idade dele a assistiam. Ela não percebeu - nem pensou nisto. Madeline simplesmente fez seu trabalho e pegou o dinheiro.
Ela pode nunca ter pensado no assunto, a não ser pelas cartas trazidas pelo primo. Todas endereçadas a ela. Todas de seu pai.
- Seu antigo namorado deve ter fofocado sobre você - reclamou o primo. - Dê a ele o seu endereço.
Ah, mas ela não podia fazer isso. Ele a encontraria.
Ela tampouco pensava em abrir os envelopes, pois já sabia seu conteúdo: ele queria que ela voltasse para casa. Mas se ele soubesse qual era o seu trabalho, não estaria escrevendo.
Parecia ser menos doloroso não lê-las. Assim pensou ela. Não as leu naquela semana, nem na semana seguinte, quando seu primo trouxe mais, tampouco na seguinte, quando tudo se repetiu. Ela as guardava no armário da boate, organizadas de acordo com as datas em que foram postadas. Ela corria os dedos pelas bordas de todas elas, mas não conseguia abrir uma sequer.
Durante a maioria dos dias, Madeline conseguia entorpecer suas emoções. Pensamentos de sua casa e pensamentos de vergonha, caíam juntos no mesmo lugar do seu coração. Mas havia momentos em que seus pensamentos eram muito fortes para resistir.
Como no dia em que ela viu um vestido na vitrine de uma loja, da mesma cor que seu pai havia lhe dado. Um vestido muito simples para ela. Com muita relutância ela o vestiu e ficou em frente ao espelho, ao lado de seu pai.
- Mas você está quase da minha altura - disse ele.
Ela havia se esquivado ao seu toque. Notando sua face abatida reflectida na vitrine da loja, Madeline percebeu que daria mil vestidos para sentir seus braços novamente. Ela saiu da loja e resolveu não passar mais por ali.

No momento certo as folhas caem e a temperatura abaixa. O correio chegou, o primo reclamou e o estoque de cartas cresceu. Ainda assim ela se recusava a mandar-lhe seu endereço, como também a ler as cartas.
Então, alguns dias antes da noite de Natal, outra carta chegou. Mesmo tamanho, mesma cor. Mas esta não tinha o selo do correio. E não havia sido entregue por seu primo. Havia sido colocada em sua penteadeira.
- Há alguns dias um homem grande passou por aqui e pediu que eu entregasse isto a você. - explicou uma das dançarinas. - Disse que você iria entender a mensagem.
- Ele esteve aqui? - perguntou ela ansiosa.
A mulher levantou os ombros.
- Suponho que sim.
Madeline engoliu em seco e olho para o envelope. Ela abriu e removeu o cartão. "Sei onde você está", lia-se, "sei o que você faz. Isto não muda o que sinto. O que eu disse nas outras cartas ainda é verdadeiro".
- Mas eu não sei o que você disse - declarou Madeline. Ela pegou uma carta do topo da pilha e leu. Então a segunda e a terceira. Cada uma delas possuía a mesma frase. Cada sentença fazia a mesma pergunta.
Em questão de segundos o chão estava coberto de papéis e seu rosto em lágrimas.
Após uma hora ela estava no ônibus. "Tenho que chegar a tempo." Os parentes estavam começando a sair. Joe estava ajudando a avó na cozinha, quando seu irmão o chamou do subitamente silencioso aposento.
- Joe, tem alguém aqui que quer vê-lo.
Joe saiu da cozinha e parou. Em uma mão a moça carregava uma mochila, na outra um cartão. Joe viu a pergunta em seus olhos.
- A resposta é sim - disse ela ao pai. - Se o convite ainda estiver de pé, a resposta é sim.
Joe mal podia acreditar.
- Oh, meu convite está de pé!
Então os dois dançaram novamente na noite de Natal.
No chão, próximo à porta, havia uma carta com o nome de Madeline e a pergunta de seu pai.
"Você viria para casa e dançaria novamente com seu papai?"

Max Lucado em Ele Escolheu Os Cravos

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

“ A graça nos diz que somos aceitos como estamos. Podemos não ser o tipo de pessoa que desejaríamos, podemos estar muito distantes dos nossos objectivos, podemos contar mais fracassos que realizações, podemos não ser ricos, poderosos ou espirituais, podemos até mesmo não ser felizes, mas somos apesar de tudo aceitos por Deus e seguros nas suas mãos. Essa é a promessa feita a nós em Jesus Cristo, uma promessa na qual podemos confiar.”

(ênfase minha)

Donald w. McCullough, “walking from the American Dream”

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Carta de Amor do Pai

Meu filho,

Você pode não me conhecer,
mas Eu sei tudo sobre você
Salmo 139:1

Eu sei quando você se senta e quando se levanta
Salmo 139:2

Eu conheço bem todos os seus caminhos
Salmo 139:3

E até os cabelos da sua
cabeça são todos contados
Mateus 10:29-31

Pois você foi feito a minha imagem
Gênesis 1:27

Em mim você vive, se move e tem existido
Atos 17:28

Pois você é a minha descendência
Atos 17:28

Eu te conheci mesmo antes que você existisse
Jeremias 1:4-5

E escolhi você quando planejava a criação
Efésios 1:11-12
(...)

Continua aqui.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Graça Admirável

Uma jovem fora criada em um pomar de cerejas na parte superior de Traverse City, no Michigan. Seus pais, um tanto antiquados, costumavam reagir mal ao seu piercing no nariz, às músicas que ouvia e ao comprimento de suas saias; de vez em quando eles a repreendiam e ela fervia por dentro. "Odeio vocês!", gritou para o pai quando ele bateu a porta do quarto dela depois de uma discussão. Naquela noite, a jovem realizou um plano que mentalmente já ensaiara dezenas de vezes. Ela fugiu de casa.
A jovem havia visitado Detroit apenas uma vez, em uma viagem de ônibus com os jovens da igreja para assistir ao jogo dos Tigers. Os jornais de Traverse City descreviam em chocantes detalhes as gangues, as drogas e a violência na cidade de Detroit; ela concluiu que provavelmente seria o último lugar onde seus pais a procurariam. Talvez na Califórnia, ou na Flórida, mas não em Detroit.
No seu segundo dia ali, ela conheceu um homem dirigindo o maior carro que já vira na vida. Ele lhe ofereceu carona, pagou-lhe um almoço e arranjou um lugar para ela ficar. O homem deu-lhe alguns comprimidos que a fizeram sentir-se melhor do que jamais se sentira. Ela se sentiu ótima e concluiu: seus pais não permitiam que ela se divertisse,
A boa vida continuou durante um mês, dois meses, um ano. O homem com o carrão — ela o chamava de "chefe" — ensinou-lhe coisas de que os homens gostam. Sendo menor de idade, os homens lhe pagavam mais. Ela morava em um apartamento pequeno e podia encomendar o que precisava. Ocasionalmente, pensava nos pais em casa, mas a vida deles lhe parecia tão chata e provinciana que mal acreditava que fora criada ali.
Ela se assustou ao ver sua foto na embalagem de leite com os dizeres: "Vocês viram esta criança?". Agora, porém, com o cabelo tingido de loiro, e com toda a maquiagem que usava, ninguém a consideraria uma criança. Além do mais, a maioria dos seus amigos também fugira de casa, e ninguém dava com a língua nos dentes em Detroit.
Depois de um ano, os primeiros sintomas incipientes da enfermidade apareceram, e ela ficou surpresa com a crueldade do chefe. "Hoje em dia, a gente não pode facilitar", ele rosna; antes que a jovem percebesse, estava na rua sem um tostão. Ela ainda conseguia ganhar alguma coisa de noite, mas não lhe pagavam muito, e todo o dinheiro era usado para manter o vício. Quando chegou o inverno, ela se encontrava dormindo nas grades de metal do lado de fora de uma loja de departamentos. "Dormir" não é a palavra certa — uma adolescente sozinha na noite em Detroit não pode nunca baixar a guarda. Estava com olheiras profundas. Sua tosse piorava.
Uma noite ela se encontrava acordada, atenta ao barulho de passos; de repente, tudo ao seu redor pareceu diferente. Ela não se sentia mais como uma mulher do mundo. Sentia-se uma menininha perdida em uma cidade fria e assustadora. Começou a soluçar. Seus bolsos estavam vazios e estava com fome. Precisava de uma dose. Trêmula, encolheu as pernas debaixo dos jornais que empilhara sobre o seu casaco. Alguma coisa acionou uma série de lembranças e uma imagem preenchia sua mente: o mês de maio em Traverse City, quando milhares de cerejeiras estão em flor todas ao mesmo tempo, e ela via seu cachorro correndo no meio das fileiras das árvores em flor atrás de uma bola de tênis.
Deus, por que eu fugi?, ela disse para si mesma, e uma dor traspassa seu coração. Meu cachorro em casa come melhor do que eu agora. A jovem estava soluçando e, imediatamente, percebeu que desejava voltar para casa mais do que qualquer outra coisa no mundo.
Três telefonemas, todos caindo na secretária eletrônica. Nas duas primeiras vezes, ela desligou sem deixar uma mensagem; na terceira, porém, disse: "Papai, mamãe, sou eu. Estive pensando em voltar para casa. Estou pegando um ônibus e chegarei aí amanhã lá pela meia-noite. Se vocês não estiverem me esperando, bem, acho que ficarei no ônibus e irei para o Canadá".
Foram sete horas de ônibus entre Detroit e Traverse City; durante aquele tempo ela percebia os erros no seu plano., E se os pais estivessem fora da cidade e nem tivessem ouvido a mensagem? Não deveria ter esperado outro dia para poder falar com eles? E, mesmo que estivessem em casa, provavelmente já a consideravam morta há muito tempo. Deveria ter-lhes dado um tempo para se recuperarem do choque.
Seus pensamentos pulavam de lá para cá entre as preocupações e o discurso que estava preparando para o pai. "Papai, sinto muito. Sei que estava errada. A culpa não foi sua; foi minha. Papai, você pode me perdoar?" Ela repetiu as palavras muitas e muitas vezes, com a garganta apertada enquanto as ensaiava. Nos últimos anos não havia pedido perdão a ninguém.
O ônibus estivera andando com as luzes acesas desde Bay City. Floquinhos de neve batem no calçamento desgastado por milhares de pneus e o asfalto exala vapor. Ela havia esquecido como a noite é escura lá fora. Um cervo cruzou a estrada como uma flecha e o ônibus deu uma guinada. De vez em quando, aparecia um outdoor ao lado da estrada. Uma placa indicava quantos quilômetros faltavam até Traverse City. Oh, Deus!
Quando o ônibus finalmente entrou na rodoviária, os freios sibilando em protesto, o motorista anunciou no microfone: "Quinze minutos, pessoal. É tudo quanto vamos gastar aqui". Quinze minutos para decidir sua vida. Ela se examinou em um espelhinho, alisou o cabelo e limpou o dente manchado de batom. Olhou para as manchas de fumo nas pontas dos dedos e ficou imaginando se os pais iriam perceber. Se estivessem lã.
A jovem entrou no saguão sem saber o que esperar. Nenhuma das milhares de cenas que passaram por sua cabeça a prepararam para aquilo que viu. Ali, naquele terminal de ônibus de paredes de concreto e cadeiras de plástico de Traverse City, em Michigan, estava um grupo de quarenta parentes, irmãos e irmãs, tios e primos, uma avó e uma bisavó para recebê-la. Todos eles estavam usando chapeuzinhos de festa e assoprando apitos; na parede do terminal havia um cartaz, dizendo: "Seja bem-vinda!".
Da multidão que a recepciona irrompe o papai. Ela olhou para ele através das lágrimas que brotavam dos seus olhos como mercúrio quente e começou o discurso memorizado: "Papai, sinto muito. Eu sei...".
Ele a interrompeu. "Quieta, filhinha. Não temos tempo para isso agora. Nada de pedidos de desculpas. Você vai chegar atrasada na festa. Lá em casa há um banquete esperando por você."


Retirado de Graça Admirável, de Philip Yancey

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Perdão

"O jovem estava sentado sozinho no autocarro e passava a maior parte do tempo a olhar pela janela. Ele tinha cerca de 25 anos, uma bela aparência e um rosto bondoso. Uma vez por outra, desviava o olhar da janela, e a ansiedade, estampada no seu semblante, tocou o coração de uma avó sentada do outro lado do corredor. Quando o autocarro já se aproximava dos limites de uma pequena cidade, ela sentiu uma compaixão tão grande pelo jovem que atravessou o corredor e pediu licença para se sentar ao lado dele. Após alguns momentos de conversa amena sobre o clima quente da primavera, ele disse inesperadamente:
- Fiquei dois anos na prisão. Saí esta manhã e estou a caminho de casa.

As suas palavras fluíram com mais facilidade quando ele disse que a sua família era pobre, e que o seu crime trouxera vergonha e desgosto a todos. No decorrer daqueles dois anos ele não recebeu nenhuma notícia deles. Sabia que eram muito pobres para fazerem uma viagem tão longa até à prisão e que os seus pais provavelmente consideravam-se incultos demais para escrever. Ele parou de escrever para a família por não ter recebido nenhuma resposta.

Três semanas antes de ser libertado, ele escreveu uma carta desesperada aos seus familiares dizendo que lamentava muito ter-lhes causado tanto desapontamento e pedindo perdão.
Contou-lhes que seria solto da prisão e que viajaria de autocarro para a sua cidade natal, que passaria em frente à casa onde ele tinha crescido e onde os seus pais ainda moravam. Disse que compreenderia se eles não o perdoassem.
Na tentativa de facilitar as coisas para a família, o jovem pediu que eles lhe dessem um sinal que pudesse ser visto do autocarro. Se eles o tivessem perdoado e o aceitassem de volta, deveriam amarrar uma fita branca na antiga macieira, que ficava em frente à casa. Se a fita não estivesse lá, ele continuaria no autocarro, iria embora da cidade e da vida deles para sempre.

À medida que o autocarro se aproximava da sua rua, o jovem foi ficando cada vez mais nervoso, ao ponto de ter medo de olhar pela janela, porque estava certo de que não haveria nenhuma fita.

Depois de ouvir a história, a senhora perguntou:

- Você se sentiria melhor se trocássemos de lugar e eu me sentasse perto da janela para ver se a fita está lá?

O autocarro rodou mais alguns quarteirões e, em seguida, a senhora avistou a árvore. Ela tocou carinhosamente o ombro do rapaz e, sufocando as lágrimas disse:
- Olhe! Olhe! A árvore inteira está coberta de fitas brancas."

Também é assim que Deus nos recebe quando decidimos voltar para casa. Com uma árvore cheia de fitas brancas!

Histórias Para o Coração, Alice Gray

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Amigo de Deus

O pastor de uma igreja decidiu observar as pessoas que entravam para orar. A porta se abriu e um homem de camisa esfarrapada adentrou pelo corredor central. O homem se ajoelhou, inclinou sua cabeça, se levantou e foi embora. Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena se repetia. Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado uma marmita. A curiosidade do pastor crescia e também um receio de que fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se e lhe perguntar o que fazia ali. O velho homem disse que trabalhava numa fábrica em um outro bairro da Cidade. O almoço havia sido há meia hora atrás e ele reservava o tempo restante para orar. E ficava apenas alguns momentos, porque a fábrica ficava muito longe dali. E disse a oração que fazia: "Eu vim novamente aqui, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornámos amigos e o Senhor me livrou dos meus pecadoss. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em você todos os dias. Assim, Jesus, hoje estou aqui, só checando." O pastor, sentindo-se um tolo, disse a Jim que ele era bem-vindo e poderia vir à igreja e orar sempre que desejasse. É hora de ir - disse Jim sorrindo. Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta. O pastor se ajoelhou diante do altar, como nunca havia feito antes. Seu frio coração se derreteu e ali teve um encontro com Jesus. Enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, ele repetiu a oração do velho Jim: Eu vim novamente aqui, Senhor, pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar mas penso em você todos os dias. Assim, Jesus, hoje aqui estou eu, só checando.

Um dia, quando passou o meio-dia, o pastor notou que Jim não havia vindo. Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica e perguntar por ele e descobriu que estava enfermo. Durante a semana em que Jim esteve no hospital, mudou a rotina da enfermaria. Sua alegria era contagiante. A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como Jim não recebia flores, telefonemas ou cartões de amigos ou parentes, nem mesmo a visita de alguém. Ao encontrá-lo, o pastor se colocou ao lado de sua cama, quando Jim ouviu o comentário da enfermeira: Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar. Parecendo surpreso, o velho Jim virou-se para o pastor e disse com um largo sorriso: A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas durante todos os dias em que estive aqui, ao meio-dia Ele está aqui, um querido Amigo meu, que se senta bem junto a mim, segura a minha mão, se inclina em minha direcção e me diz: "Eu vim só pra lhe dizer, Jim, quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos e eu o livrei de seus pecados. Eu amo ouvi-lo quando você ora e penso em você todos os dias. Assim, estou hoje aqui, só checando".


Encontrado neste blog http://nellybiel.blogspot.com/

domingo, 11 de janeiro de 2009

O Aplauso do Céu

«Estou quase em casa. Depois de cinco dias, quatro camas de hotel, onze restaurantes e vinte e duas xícaras de café, estou quase em casa. Depois de oito poltronas de avião, cinco aeroportos, dois atrasos, um livro e quinhentos e treze pacotes de amendoim, estou quase em casa.
O avião ressoa debaixo de mim. Uma criança chora atrás de mim. Homens de negócios conversam ao meu redor. Um sopro de ar frio me atinge, mas o que importa é o que está diante de mim - o lar.
O lar. Foi meu primeiro pensamento quando chorei hoje de manhã. Foi meu primeiro pensamento quando desci o último degrau. Foi meu primeiro pensamento quando me despedi do meu último hospedeiro no último aeroporto.
Não existe porta igual à porta de sua casa. Não há melhor lugar para se colocar o pé do que debaixo de sua própria mesa. Não há melhor café do que o café de seu bule. Não há melhor refeição do que a de sua própria mesa. E não há melhor abração do que o de sua própria família.
O lar. A parte mais longa quando se vai para casa é a última parte - o avião taxiando para o fim da pista. Eu sou o cara a quem a comissária de bordo manda sentar. Sou o cara com uma das mãos na maleta e outra no cinto de segurança. Aprendi que há um segundo crítico em que posso ficar no corredor da primeira classe antes que as pessoas comecem a deslocar para a área principal.
Não faço isso em todos os vôos. Somente quando estou indo para casa.
Há um pulsar no coração quando saio do vôo. Fico quase nervoso quando subo a rampa. Agarro minha pasta. Meu estômago se contrai. Minhas mãos suam. Entro no corredor como um ator entra no palco. Levanta-se a cortina e o auditório fica em meia-lua. Muitas pessoas vêem que não sou quem elas procuram e passam por mim.
Mas do lado ouço o grito familiar de duas garotinhas: "Papai!" Eu me viro e as vejo - esfregando os rostos, em cima de cadeiras, subindo e descendo enquanto o homem de suas vidas se encaminha para elas. Jenna pára de se balançar para poder bater palmas. Ela aplaude! Não sei quem lhe disse para fazer isso, mas você pode ter a certeza de que não vou lhe dizer que pare.
Por trás delas vejo um terceiro - a pequenina Sara - de apenas poucos meses de idade. Dormindo profundamente, ela franze a sobrancelha em reação ao barulho do ambiente.
Aí, então, vejo um quarto rosto - o rosto de minha esposa. De alguma forma, ela encontrou tempo para pentear os cabelos, pôr um novo vestido e um brilho extra. De alguma forma, mesmo cansada e exausta, ela me faz sentir que minha semana é a única coisa sobre a qual vale a pena falar.
Rostos caseiros.
É isso que torna a promessa no final das bem-aventuranças tão maravilhosa: "Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus."
Qual é a nossa recompensa? O lar.»


(...)


«Breve estarei em casa. Meu avião se aproxima de San Antonio. Posso sentir que o avião começa a descer. Os comissários de bordo se preparam. Denalyn está em algum lugar estacionando o carro e apressando as meninas em direção do terminal.
Logo estarei em casa. O avião aterrissará. Descerei a rampa, ouvirei meu nome e verei seus rostos. Logo estarei em casa.
Você também estará logo em casa. Pode não ter notado, mas você está mais perto do que nunca. Cada momento é um passo naquela direção. Cada vez que respira é uma página virada. Cada dia é um quilômetro marcado, uma montanha escalada. Você está mais perto de casa do que nunca.
Antes de notar, seu momento de chegada acontece; você desce a rampa e entra na cidade. Verá rostos que estão esperando por você. Ouvirá seu nome pronunciado por aqueles o amam. E, talvez, apenas talvez, na parte posterior, por trás da multidão - Aquele que preferiu morrer a viver sem você tirará suas mãos feridas de sob seu manto celeste e... aplaudirá.»

Excertos de O Aplauso do Céu, de Max Lucado