«Estou quase em casa. Depois de cinco dias, quatro camas de hotel, onze restaurantes e vinte e duas xícaras de café, estou quase em casa. Depois de oito poltronas de avião, cinco aeroportos, dois atrasos, um livro e quinhentos e treze pacotes de amendoim, estou quase em casa.
O avião ressoa debaixo de mim. Uma criança chora atrás de mim. Homens de negócios conversam ao meu redor. Um sopro de ar frio me atinge, mas o que importa é o que está diante de mim - o lar.
O lar. Foi meu primeiro pensamento quando chorei hoje de manhã. Foi meu primeiro pensamento quando desci o último degrau. Foi meu primeiro pensamento quando me despedi do meu último hospedeiro no último aeroporto.
Não existe porta igual à porta de sua casa. Não há melhor lugar para se colocar o pé do que debaixo de sua própria mesa. Não há melhor café do que o café de seu bule. Não há melhor refeição do que a de sua própria mesa. E não há melhor abração do que o de sua própria família.
O lar. A parte mais longa quando se vai para casa é a última parte - o avião taxiando para o fim da pista. Eu sou o cara a quem a comissária de bordo manda sentar. Sou o cara com uma das mãos na maleta e outra no cinto de segurança. Aprendi que há um segundo crítico em que posso ficar no corredor da primeira classe antes que as pessoas comecem a deslocar para a área principal.
Não faço isso em todos os vôos. Somente quando estou indo para casa.
Há um pulsar no coração quando saio do vôo. Fico quase nervoso quando subo a rampa. Agarro minha pasta. Meu estômago se contrai. Minhas mãos suam. Entro no corredor como um ator entra no palco. Levanta-se a cortina e o auditório fica em meia-lua. Muitas pessoas vêem que não sou quem elas procuram e passam por mim.
Mas do lado ouço o grito familiar de duas garotinhas: "Papai!" Eu me viro e as vejo - esfregando os rostos, em cima de cadeiras, subindo e descendo enquanto o homem de suas vidas se encaminha para elas. Jenna pára de se balançar para poder bater palmas. Ela aplaude! Não sei quem lhe disse para fazer isso, mas você pode ter a certeza de que não vou lhe dizer que pare.
Por trás delas vejo um terceiro - a pequenina Sara - de apenas poucos meses de idade. Dormindo profundamente, ela franze a sobrancelha em reação ao barulho do ambiente.
Aí, então, vejo um quarto rosto - o rosto de minha esposa. De alguma forma, ela encontrou tempo para pentear os cabelos, pôr um novo vestido e um brilho extra. De alguma forma, mesmo cansada e exausta, ela me faz sentir que minha semana é a única coisa sobre a qual vale a pena falar.
Rostos caseiros.É isso que torna a promessa no final das bem-aventuranças tão maravilhosa: "Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus."
Qual é a nossa recompensa? O lar.»
(...)
«Breve estarei em casa. Meu avião se aproxima de San Antonio. Posso sentir que o avião começa a descer. Os comissários de bordo se preparam. Denalyn está em algum lugar estacionando o carro e apressando as meninas em direção do terminal.
Logo estarei em casa. O avião aterrissará. Descerei a rampa, ouvirei meu nome e verei seus rostos. Logo estarei em casa.
Você também estará logo em casa. Pode não ter notado, mas você está mais perto do que nunca. Cada momento é um passo naquela direção. Cada vez que respira é uma página virada. Cada dia é um quilômetro marcado, uma montanha escalada. Você está mais perto de casa do que nunca.
Antes de notar, seu momento de chegada acontece; você desce a rampa e entra na cidade. Verá rostos que estão esperando por você. Ouvirá seu nome pronunciado por aqueles o amam. E, talvez, apenas talvez, na parte posterior, por trás da multidão - Aquele que preferiu morrer a viver sem você tirará suas mãos feridas de sob seu manto celeste e... aplaudirá.»
Excertos de O Aplauso do Céu, de Max Lucado
Ai... o Lar é tudo que eu quero! Não qualquer lar mas aquele Lar que o Meigo Nazareno disse está preparando pra mim a quase 2.000 anos!!
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