domingo, 22 de fevereiro de 2009

"Não te abandonarei"

Madeline, apenas cinco anos, subia no colo de seu pai.
- Você já terminou de comer? - Pergunta ele.
Ela sorri e bate com a mãozinha na barriga.
- Não cabe mais nada.
- Você comeu a torta da sua avó?
- Um pedaço inteirinho!
Joe olhou para a sua mãe, que estava do outro lado da mesa: - Parece que você conseguiu alimentar todos nós. Não pense que conseguiremos fazer outra coisa esta noite além de ir para a cama.
Madeline colocou suas mãozinhas em cada lado de seu grande rosto. - Ah, papai, é noite de Natal. Você disse que poderíamos dançar.
Joe fingiu um lapso de memória. - Eu disse? Não me lembro de ter dito qualquer coisa sobre dançar.
Vovó sorriu, balançou a cabeça e começou a limpar a mesa.
- Mas, papai - contestou Madeline - sempre dançamos na noite de Natal. Só nós dois, lembra?
Então ele deu um grande sorriso que mexeu até seu grande bigode.
- É claro que me lembro, como poderia esquecer?
Assim, ele colocou-se de pé, tomou-a pela mão e, por um momento, só um momento, sua esposa estava viva novamente, e os dois entravam em seu refúgio para passar a noite de Natal como tantas outras, dançando noite adentro.
Eles teriam dançado pelo resto de suas vida; então aconteceu a gravidez inesperada e as complicações. Madeline sobreviveu. Mas sua mãe não. E Joe, o açougueiro de Minnesota, foi obrigado a criar a sua Madeline sozinho.
- Vamos, papai - ela balançava a mão de seu pai. - Vamos dançar antes que as pessoas comecem a chegar - ela estava certa. Logo a campainha soaria, os parentes ocupariam os espaços livres e a noite estaria terminada.
Mas, por agora, havia somente papai e Madeline.


A rebeldia chegou ao mundo de Joe de forma bizarra. Quando chegou à idade permitida para dirigir, Madeline pensou ser adulta suficiente para dirigir também sua vida. E esta vida não incluía a de seu pai.
"Eu deveria ter percebido antes", diria Joe mais tarde. Ele não soube o que fazer. Ele não soube como lidar com o piercing no nariz e as camisetas apertadas. Não compreendia as noitadas e as notas baixas. E, acima de tudo, ele não sabia quando falar e quando se calar.
Ela, por sua vez, já tinha tudo planejado. Sabia quando falar com o seu pai - nunca. Quando ficar calada - sempre. No entanto, este comportamento era totalmente diferente com o rapaz desengoçado e tatuado da rua de baixo, e Joe sabia disso.
De jeito nenhum ele iria permitir que a sua filha passasse a noite de Natal com aquele sujeito.
- Você vai ficar conosco esta noite, mocinha. Vamos jantar na casa de sua avó e comer a tarte dela. Vamos ficar em família na noite de Natal.
Embora sentados à mesa, eles pareciam estar em lados opostos da cidade. Madeline brincava com a comida sem dizer uma palavra sequer. Vovó tentava conversar com Joe, mas ele não estava com vontade de falar. Parte dele estava furiosa; outra parte de coração partido, e o resto dele teria dado tudo para saber como falar com a garotinha que costumava sentar em seu colo.
Logo chegaram os parentes, trazendo consigo um bom final para aquele silêncio horrível. À medida que o aposento se enchia de pessoas e barulho, Joe ficava de um lado e Madeline, carrancuda, sentada do outro lado.
- Coloque uma música, Joe - lembrava um de seus irmãos. E assim ele fez. Pensando que ela se sentiria honrada, ele foi ao encontro de sua filha:
- Você dançaria com seu papai esta noite?
Da forma como ela se zangou e virou, qualquer um pensaria que ele a havia insultado.
Em frente de todos os familiares, ela abriu a porta de casa e saiu a pé. Deixando seu pai sozinho.
Muito solitário.


Madeline voltou naquela noite, mas não por muito tempo. Joe nunca a culpou por ter saído. Além do mais, como ela se sentia sendo filha de um açougueiro? Em seus últimos dias juntos, ele tentou com todas as suas forças. Fez seu jantar favorito - ela não quis comer. Convidou-a para ir ao cinema - ela permaneceu em seu quarto. Comprou-lhe um vestido novo - ela nem mesmo agradeceu. Então, naquela manhã de primavera, ele saiu cedo para trabalhar, a fim de poder estar de volta antes que ela chegasse da escola.
Esse foi o dia em que ela não voltou mais para casa.
Uma amiga disse ter visto Madeline e o seu namorado numa estação de ônibus. As autoridades confirmaram a compra de uma passagem para Chicago, de onde ninguém mais a encontrou.

O garoto desajeitado e tatuado tinha um primo. Ele trabalhava numa loja de conveniência no sul de Houston. Por alguns trocados por mês, ele permitia que os fugitivos ficassem no seu apartamento durante a noite, mas eram obrigados a sair durante o dia. O que era óptimo para eles, pois tinham grandes planos. Ele seria mecânico, e Madeline só sabia que poderia conseguir um emprego em uma loja de departamentos. É claro que ele nada sabia sobre carros, e ela menos ainda sobre arrumar emprego - mas não é assim que uma pessoa pensa quando está intoxicada pela liberdade.
Após algumas semanas, o primo mudou de ideia. E, no dia em que tomou a sua decisão, o namorado anunciou a dele. Madeline encontrou-se enfrentando a noite sem lugar para dormir ou mão para segurar.
Esta foi a primeira de muitas noites.
Uma mulher no parque contou-lhe sobre um abrigo para mendigos próximo à ponte. Por alguns trocados ela conseguiria um prato de sopa e uma cama. Alguns trocados era tudo o que ela tinha. Ela usou sua mochila como travesseiro e a jaqueta como cobertor. Havia tanta arruaça que era impossível dormir naquele lugar. Madeline virou seu rosto para a parede e, pela primeira vez em vários dias, lembrou-se do rosto de seu pai ao dar-lhe um beijo de boa noite. Mas, quando seus olhos começaram a ficar marejados, ela recusou-se a chorar, empurrando as lembranças para o fundo do seu ser e determinando-se a não mais pensar em sua casa.
Ela tinha ido muito longe para voltar.
Na manhã seguinta a garota da cama ao lado mostrou-lhe a mão cheia de gorjetas que recebera por dançar em cima das mesas.
- Esta foi a última noite que dormi aqui - disse ela. - Agora posso morar em outro lugar. Eles me disseram que estão procurando outra moça. Você deveria vir - ela procurou em sua bolsa e tirou uma caixa de fósforos. - Este é o endereço.
O estômago de Madeline embrulhou só de pensar. Tudo o que ela fez foi murmurar:
- Vou pensar no assunto.
Ela passou o resto da semana nas ruas à procura de trabalho. Ao final da semana, quando chegou o momento de pagar a sua conta no abrigo, ela colocou a mão em seu bolso e tirou a caixa de fósforos. Era tudo o que lhe sobrara.
- Não vou ficar esta noite. - disse ela ao sair pela porta.
A fome tem seus caminhos para amenizar as convicções.

Se Madeline sabia alguma coisa era dançar. Seu pai a havia ensinado. Agora homens da idade dele a assistiam. Ela não percebeu - nem pensou nisto. Madeline simplesmente fez seu trabalho e pegou o dinheiro.
Ela pode nunca ter pensado no assunto, a não ser pelas cartas trazidas pelo primo. Todas endereçadas a ela. Todas de seu pai.
- Seu antigo namorado deve ter fofocado sobre você - reclamou o primo. - Dê a ele o seu endereço.
Ah, mas ela não podia fazer isso. Ele a encontraria.
Ela tampouco pensava em abrir os envelopes, pois já sabia seu conteúdo: ele queria que ela voltasse para casa. Mas se ele soubesse qual era o seu trabalho, não estaria escrevendo.
Parecia ser menos doloroso não lê-las. Assim pensou ela. Não as leu naquela semana, nem na semana seguinte, quando seu primo trouxe mais, tampouco na seguinte, quando tudo se repetiu. Ela as guardava no armário da boate, organizadas de acordo com as datas em que foram postadas. Ela corria os dedos pelas bordas de todas elas, mas não conseguia abrir uma sequer.
Durante a maioria dos dias, Madeline conseguia entorpecer suas emoções. Pensamentos de sua casa e pensamentos de vergonha, caíam juntos no mesmo lugar do seu coração. Mas havia momentos em que seus pensamentos eram muito fortes para resistir.
Como no dia em que ela viu um vestido na vitrine de uma loja, da mesma cor que seu pai havia lhe dado. Um vestido muito simples para ela. Com muita relutância ela o vestiu e ficou em frente ao espelho, ao lado de seu pai.
- Mas você está quase da minha altura - disse ele.
Ela havia se esquivado ao seu toque. Notando sua face abatida reflectida na vitrine da loja, Madeline percebeu que daria mil vestidos para sentir seus braços novamente. Ela saiu da loja e resolveu não passar mais por ali.

No momento certo as folhas caem e a temperatura abaixa. O correio chegou, o primo reclamou e o estoque de cartas cresceu. Ainda assim ela se recusava a mandar-lhe seu endereço, como também a ler as cartas.
Então, alguns dias antes da noite de Natal, outra carta chegou. Mesmo tamanho, mesma cor. Mas esta não tinha o selo do correio. E não havia sido entregue por seu primo. Havia sido colocada em sua penteadeira.
- Há alguns dias um homem grande passou por aqui e pediu que eu entregasse isto a você. - explicou uma das dançarinas. - Disse que você iria entender a mensagem.
- Ele esteve aqui? - perguntou ela ansiosa.
A mulher levantou os ombros.
- Suponho que sim.
Madeline engoliu em seco e olho para o envelope. Ela abriu e removeu o cartão. "Sei onde você está", lia-se, "sei o que você faz. Isto não muda o que sinto. O que eu disse nas outras cartas ainda é verdadeiro".
- Mas eu não sei o que você disse - declarou Madeline. Ela pegou uma carta do topo da pilha e leu. Então a segunda e a terceira. Cada uma delas possuía a mesma frase. Cada sentença fazia a mesma pergunta.
Em questão de segundos o chão estava coberto de papéis e seu rosto em lágrimas.
Após uma hora ela estava no ônibus. "Tenho que chegar a tempo." Os parentes estavam começando a sair. Joe estava ajudando a avó na cozinha, quando seu irmão o chamou do subitamente silencioso aposento.
- Joe, tem alguém aqui que quer vê-lo.
Joe saiu da cozinha e parou. Em uma mão a moça carregava uma mochila, na outra um cartão. Joe viu a pergunta em seus olhos.
- A resposta é sim - disse ela ao pai. - Se o convite ainda estiver de pé, a resposta é sim.
Joe mal podia acreditar.
- Oh, meu convite está de pé!
Então os dois dançaram novamente na noite de Natal.
No chão, próximo à porta, havia uma carta com o nome de Madeline e a pergunta de seu pai.
"Você viria para casa e dançaria novamente com seu papai?"

Max Lucado em Ele Escolheu Os Cravos

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

“ A graça nos diz que somos aceitos como estamos. Podemos não ser o tipo de pessoa que desejaríamos, podemos estar muito distantes dos nossos objectivos, podemos contar mais fracassos que realizações, podemos não ser ricos, poderosos ou espirituais, podemos até mesmo não ser felizes, mas somos apesar de tudo aceitos por Deus e seguros nas suas mãos. Essa é a promessa feita a nós em Jesus Cristo, uma promessa na qual podemos confiar.”

(ênfase minha)

Donald w. McCullough, “walking from the American Dream”

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Carta de Amor do Pai

Meu filho,

Você pode não me conhecer,
mas Eu sei tudo sobre você
Salmo 139:1

Eu sei quando você se senta e quando se levanta
Salmo 139:2

Eu conheço bem todos os seus caminhos
Salmo 139:3

E até os cabelos da sua
cabeça são todos contados
Mateus 10:29-31

Pois você foi feito a minha imagem
Gênesis 1:27

Em mim você vive, se move e tem existido
Atos 17:28

Pois você é a minha descendência
Atos 17:28

Eu te conheci mesmo antes que você existisse
Jeremias 1:4-5

E escolhi você quando planejava a criação
Efésios 1:11-12
(...)

Continua aqui.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Graça Admirável

Uma jovem fora criada em um pomar de cerejas na parte superior de Traverse City, no Michigan. Seus pais, um tanto antiquados, costumavam reagir mal ao seu piercing no nariz, às músicas que ouvia e ao comprimento de suas saias; de vez em quando eles a repreendiam e ela fervia por dentro. "Odeio vocês!", gritou para o pai quando ele bateu a porta do quarto dela depois de uma discussão. Naquela noite, a jovem realizou um plano que mentalmente já ensaiara dezenas de vezes. Ela fugiu de casa.
A jovem havia visitado Detroit apenas uma vez, em uma viagem de ônibus com os jovens da igreja para assistir ao jogo dos Tigers. Os jornais de Traverse City descreviam em chocantes detalhes as gangues, as drogas e a violência na cidade de Detroit; ela concluiu que provavelmente seria o último lugar onde seus pais a procurariam. Talvez na Califórnia, ou na Flórida, mas não em Detroit.
No seu segundo dia ali, ela conheceu um homem dirigindo o maior carro que já vira na vida. Ele lhe ofereceu carona, pagou-lhe um almoço e arranjou um lugar para ela ficar. O homem deu-lhe alguns comprimidos que a fizeram sentir-se melhor do que jamais se sentira. Ela se sentiu ótima e concluiu: seus pais não permitiam que ela se divertisse,
A boa vida continuou durante um mês, dois meses, um ano. O homem com o carrão — ela o chamava de "chefe" — ensinou-lhe coisas de que os homens gostam. Sendo menor de idade, os homens lhe pagavam mais. Ela morava em um apartamento pequeno e podia encomendar o que precisava. Ocasionalmente, pensava nos pais em casa, mas a vida deles lhe parecia tão chata e provinciana que mal acreditava que fora criada ali.
Ela se assustou ao ver sua foto na embalagem de leite com os dizeres: "Vocês viram esta criança?". Agora, porém, com o cabelo tingido de loiro, e com toda a maquiagem que usava, ninguém a consideraria uma criança. Além do mais, a maioria dos seus amigos também fugira de casa, e ninguém dava com a língua nos dentes em Detroit.
Depois de um ano, os primeiros sintomas incipientes da enfermidade apareceram, e ela ficou surpresa com a crueldade do chefe. "Hoje em dia, a gente não pode facilitar", ele rosna; antes que a jovem percebesse, estava na rua sem um tostão. Ela ainda conseguia ganhar alguma coisa de noite, mas não lhe pagavam muito, e todo o dinheiro era usado para manter o vício. Quando chegou o inverno, ela se encontrava dormindo nas grades de metal do lado de fora de uma loja de departamentos. "Dormir" não é a palavra certa — uma adolescente sozinha na noite em Detroit não pode nunca baixar a guarda. Estava com olheiras profundas. Sua tosse piorava.
Uma noite ela se encontrava acordada, atenta ao barulho de passos; de repente, tudo ao seu redor pareceu diferente. Ela não se sentia mais como uma mulher do mundo. Sentia-se uma menininha perdida em uma cidade fria e assustadora. Começou a soluçar. Seus bolsos estavam vazios e estava com fome. Precisava de uma dose. Trêmula, encolheu as pernas debaixo dos jornais que empilhara sobre o seu casaco. Alguma coisa acionou uma série de lembranças e uma imagem preenchia sua mente: o mês de maio em Traverse City, quando milhares de cerejeiras estão em flor todas ao mesmo tempo, e ela via seu cachorro correndo no meio das fileiras das árvores em flor atrás de uma bola de tênis.
Deus, por que eu fugi?, ela disse para si mesma, e uma dor traspassa seu coração. Meu cachorro em casa come melhor do que eu agora. A jovem estava soluçando e, imediatamente, percebeu que desejava voltar para casa mais do que qualquer outra coisa no mundo.
Três telefonemas, todos caindo na secretária eletrônica. Nas duas primeiras vezes, ela desligou sem deixar uma mensagem; na terceira, porém, disse: "Papai, mamãe, sou eu. Estive pensando em voltar para casa. Estou pegando um ônibus e chegarei aí amanhã lá pela meia-noite. Se vocês não estiverem me esperando, bem, acho que ficarei no ônibus e irei para o Canadá".
Foram sete horas de ônibus entre Detroit e Traverse City; durante aquele tempo ela percebia os erros no seu plano., E se os pais estivessem fora da cidade e nem tivessem ouvido a mensagem? Não deveria ter esperado outro dia para poder falar com eles? E, mesmo que estivessem em casa, provavelmente já a consideravam morta há muito tempo. Deveria ter-lhes dado um tempo para se recuperarem do choque.
Seus pensamentos pulavam de lá para cá entre as preocupações e o discurso que estava preparando para o pai. "Papai, sinto muito. Sei que estava errada. A culpa não foi sua; foi minha. Papai, você pode me perdoar?" Ela repetiu as palavras muitas e muitas vezes, com a garganta apertada enquanto as ensaiava. Nos últimos anos não havia pedido perdão a ninguém.
O ônibus estivera andando com as luzes acesas desde Bay City. Floquinhos de neve batem no calçamento desgastado por milhares de pneus e o asfalto exala vapor. Ela havia esquecido como a noite é escura lá fora. Um cervo cruzou a estrada como uma flecha e o ônibus deu uma guinada. De vez em quando, aparecia um outdoor ao lado da estrada. Uma placa indicava quantos quilômetros faltavam até Traverse City. Oh, Deus!
Quando o ônibus finalmente entrou na rodoviária, os freios sibilando em protesto, o motorista anunciou no microfone: "Quinze minutos, pessoal. É tudo quanto vamos gastar aqui". Quinze minutos para decidir sua vida. Ela se examinou em um espelhinho, alisou o cabelo e limpou o dente manchado de batom. Olhou para as manchas de fumo nas pontas dos dedos e ficou imaginando se os pais iriam perceber. Se estivessem lã.
A jovem entrou no saguão sem saber o que esperar. Nenhuma das milhares de cenas que passaram por sua cabeça a prepararam para aquilo que viu. Ali, naquele terminal de ônibus de paredes de concreto e cadeiras de plástico de Traverse City, em Michigan, estava um grupo de quarenta parentes, irmãos e irmãs, tios e primos, uma avó e uma bisavó para recebê-la. Todos eles estavam usando chapeuzinhos de festa e assoprando apitos; na parede do terminal havia um cartaz, dizendo: "Seja bem-vinda!".
Da multidão que a recepciona irrompe o papai. Ela olhou para ele através das lágrimas que brotavam dos seus olhos como mercúrio quente e começou o discurso memorizado: "Papai, sinto muito. Eu sei...".
Ele a interrompeu. "Quieta, filhinha. Não temos tempo para isso agora. Nada de pedidos de desculpas. Você vai chegar atrasada na festa. Lá em casa há um banquete esperando por você."


Retirado de Graça Admirável, de Philip Yancey